Muito tem
se debatido nos últimos anos, sobre os riscos associados pela exposição a
pesticidas através do consumo de alimentos e medicamentos que utilizam plantas medicinais
em suas formulações. Mas afinal, o que temos de informações concretas até o
momento?
Há pelo
menos 10 anos a European Food Safety Authority
(EFSA) vem publicando materiais sobre o tema, considerando a possibilidade de
refinar as metodologias existentes para a avaliação do risco pela exposição a
pesticidas.
Seus esforços
tomaram uma maior proporção em 2015, com o financiamento pela Comissão Europeia,
para o desenvolvimento da ferramenta de Avaliação de Risco Monte Carlo, ou MRCA
(Monte Carlo Risk Assessment) que
contou com o apoio de pesquisadores, cientistas e reguladores de 14 países, sob
a supervisão do instituto Nacional de Saúde Pública e Meio Ambiente da Holanda.
O MCRA é
um sistema permite o processamento de grupos de avaliação cumulativa de pesticidas
(os CAGs) que podem conter até 100 substâncias ativas. O MRCA calcula a
exposição probabilística e faz a avaliação de risco destas substâncias presentes
na dieta, reunindo modelos estatísticos e dados compartilhados que são enviados
pelo usuário.
Ainda em
abril deste ano, a EFSA anunciou estar prestes a concluir duas importantes avaliações
de risco realizadas com consumidores expostos a múltiplos pesticidas,
utilizando este modelo. Segundo autoridade, o software permanece sendo refinado
e quando totalmente desenvolvido, abrigará todas as informações necessárias
para a realização de avaliações cumulativas de risco.
As
substâncias consideradas nestas duas avaliações iniciais relacionam-se com o
sistema nervoso e a tireóide. Espera-se que nos próximos anos, sejam definidos grupos
de substâncias relacionadas com outros órgãos, tecidos e sistemas, como o
fígado, os rins, sistemas reprodutivo e de desenvolvimento, etc. A metodologia
utilizada está baseada na suposição de que os pesticidas que causam os mesmos
efeitos específicos podem produzir toxicidade cumulativa - mesmo que eles não
tenham modos de ação semelhantes.
Segundo
responsáveis pelo projeto, a proposta é um grande passo em direção ao objetivo
de incorporar o risco cumulativo na avaliação regulatória de pesticidas. Estima-se
que o banco de dados seja ‘preenchido’ dentro de até 3 anos, e a partir disto,
já estaria disponível para a execução de avaliações de risco mais sofisticadas.
O
regulamento da União Europeia sobre os níveis máximos de pesticidas em
alimentos (LMR) define que as decisões
sobre LMR devem ter em conta os efeitos cumulativos dos pesticidas à medida que
os métodos para avaliar tais efeitos tornam-se disponíveis.
Para ler
mais sobre o MCRA, clique aqui.