6 de outubro de 2018

SCIENTIFIC INFORMATION: Exposição a pesticidas: o que já sabemos sobre o assunto?

Muito tem se debatido nos últimos anos, sobre os riscos associados pela exposição a pesticidas através do consumo de alimentos e medicamentos que utilizam plantas medicinais em suas formulações. Mas afinal, o que temos de informações concretas até o momento?

Há pelo menos 10 anos a European Food Safety Authority (EFSA) vem publicando materiais sobre o tema, considerando a possibilidade de refinar as metodologias existentes para a avaliação do risco pela exposição a pesticidas.

Seus esforços tomaram uma maior proporção em 2015, com o financiamento pela Comissão Europeia, para o desenvolvimento da ferramenta de Avaliação de Risco Monte Carlo, ou MRCA (Monte Carlo Risk Assessment) que contou com o apoio de pesquisadores, cientistas e reguladores de 14 países, sob a supervisão do instituto Nacional de Saúde Pública e Meio Ambiente da Holanda.

O MCRA é um sistema permite o processamento de grupos de avaliação cumulativa de pesticidas (os CAGs) que podem conter até 100 substâncias ativas. O MRCA calcula a exposição probabilística e faz a avaliação de risco destas substâncias presentes na dieta, reunindo modelos estatísticos e dados compartilhados que são enviados pelo usuário.

Ainda em abril deste ano, a EFSA anunciou estar prestes a concluir duas importantes avaliações de risco realizadas com consumidores expostos a múltiplos pesticidas, utilizando este modelo. Segundo autoridade, o software permanece sendo refinado e quando totalmente desenvolvido, abrigará todas as informações necessárias para a realização de avaliações cumulativas de risco.

As substâncias consideradas nestas duas avaliações iniciais relacionam-se com o sistema nervoso e a tireóide. Espera-se que nos próximos anos, sejam definidos grupos de substâncias relacionadas com outros órgãos, tecidos e sistemas, como o fígado, os rins, sistemas reprodutivo e de desenvolvimento, etc. A metodologia utilizada está baseada na suposição de que os pesticidas que causam os mesmos efeitos específicos podem produzir toxicidade cumulativa - mesmo que eles não tenham modos de ação semelhantes.

Segundo responsáveis pelo projeto, a proposta é um grande passo em direção ao objetivo de incorporar o risco cumulativo na avaliação regulatória de pesticidas. Estima-se que o banco de dados seja ‘preenchido’ dentro de até 3 anos, e a partir disto, já estaria disponível para a execução de avaliações de risco mais sofisticadas.

O regulamento da União Europeia sobre os níveis máximos de pesticidas em alimentos (LMR) define que as decisões sobre LMR devem ter em conta os efeitos cumulativos dos pesticidas à medida que os métodos para avaliar tais efeitos tornam-se disponíveis.

Para ler mais sobre o MCRA, clique aqui.